A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul tenta identificar o homem que gravou vídeo logo após o grave acidente na BR-163, em Campo Grande, em que quatro jovens morreram. Na gravação, ele mostra os corpos das meninas e, inclusive, mexe em uma delas. O acidente ocorreu na noite de sexta-feira, 10 de março. A delegada Priscila Anuda, titular da 3ª DP de Campo Grande, tomou conhecimento que as imagens circulam em grupos de WhatsApp. "É crime contra o respeito aos mortos", pontuou. Agora, a polícia apura o caso e tenta identificar o autor da gravação, que pode responder por vilipêndio de cadáver. O crime prevê pena de um a três anos de reclusão e pagamento de multa. O Campo Grande News optou por não divulgar o vídeo por se tratar de imagens fortes. Elas começam com o homem mostrando a destruição dos carros envolvidos, um Fiat Argo, ocupado pelas vítimas fatais, e a caminhonete Toyota Hilux, dirigida por um padre, que foi socorrido e já está em casa. "Misericórdia, olha o outro carro", comenta enquanto mostra o padre ferido. Em seguida, ele volta ao carro Argo e passa a mostrar as vítimas mortas. "Tem mais outra ali", aponta. Enquanto isso, mexe no cabelo de uma das jovens. "Olha essa menina aqui cara, meu Jesus do céu (sic)", diz. Enquanto isso, outras pessoas tentam retirar a única sobrevivente do veículo, Analu Mendes, que ainda se encontra internada na Santa Casa. Acidente – Segundo o boletim de ocorrência, o acidente ocorreu próximo à divisa de Jaraguari com Campo Grande, por volta das 20 horas de sexta-feira. Analu e as amigas seguiam rumo a Rio Verde de Mato Grosso, quando a motorista do Fiat Argo tentou ultrapassagem em local de faixa contínua e colidiu de frente com a Hilux, que seguia sentido contrário. Morreram: Carolina Peixoto dos Santos, de 28 anos, engenheira civil e servidora pública; Letícia de Mello da Silva, 28 anos, bancária; Lais Moriningo Paim, de 29, trabalhava na área administrativa de uma empresa; e Kaena Guilhen Fernandes, 29, recepcionista. Conforme o boletim da PRF (Polícia Rodoviária Federal), a condutora do Argo era Letícia. A caminhonete era ocupada apenas pelo motorista, o padre Wagner Divino, de 45 anos, que foi socorrido e levado à unidade de saúde.