Estradas pavimentadas e pontes altamente tecnológicas e modernas são fundamentais, mas, pelo menos para o turismo, não o suficiente para o sucesso do Corredor Rodoviário Bioceânico, que irá ligar o Oceano Atlântico ao Pacífico e integrar Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. Será preciso criar pontos de apoio aos viajantes com sinal de telefonia e wifi gratuito ao longo das rodovias nos quatro países, desburocratizar os setores aduaneiros e definir regras sanitárias. É o que defende o Ministério do Turismo, do Brasil, na 2ª edição do Fórum dos Territórios Subnacionais do Corredor Bioceânico, que acontece esta semana em Antofagasta, no Chile. Em nota publicada nesta quarta-feira, o MinTur diz que é preciso criar um ambiente de facilidade, confiança e cooperação no âmbito dos quatro países. A 1ª edição do Fórum foi realizada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, em maio deste ano. A expectativa é de que o Corredor Bioceânico esteja em operação em 2026. “É hora de começar a focar em políticas públicas que facilitem o turismo de caravanas, trazendo melhorias para o trânsito, infraestrutura e acessibilidade para o turista, ampliar as rotas de viagem dos turistas brasileiros para os países do corredor e também no sentido contrário”, ressalta a nota do Ministério do Turismo. Atualmente, o trecho chileno é considerado o mais bem preparado para atender o turismo e também o setor de exportação, por conta da infraestrutura das rodovias e pela alta capacidade de carga dos portos de Iquique, Mejillones e Antofagasta, sem a necessidade de reformas ou maiores reparos. Única ressalva, conforme dados da RILA (Rota de Integração Latino-Americana para o Desenvolvimento do Turismo) é o horário de funcionamento da aduana na fronteira do Chile com a Argentina, que abre às 8h e fecha às 18h. O corredor rodoviário deverá encurtar em cerca de 3 mil km o caminho entre Brasil e Chile, desde Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul até O Porto chileno de Antofagasta, o que deve movimentar turistas brasileiros, argentinos, chilenos e paraguaios. Entre os principais atrativos está o turismo de contemplação em grande parte da rota, com destaque para o deserto de sal na região de San Salvador de Jujuy, na Argentina, numa extensão de 12 mil hectares, além de um bom trecho da Cordilheira dos Andes e do Deserto de Atacama, no Chile.