Gabriel Vinicius Lima de Oliveira, 23 anos, nunca tinha tido contato com trilhas e aventuras, mas isso mudou no último sábado (22), quando ele subiu o Morro do Ernesto e vibrou ao ver o pôr do sol mais lindo pela primeira vez. Gabriel tem paralisia cerebral e não consegue se movimentar sem ajuda. Além disso, por conta da condição, faz uso da cadeira de rodas diariamente. Ser cadeirante faz com que certas atividades sejam difíceis na rotina de Gabriel, especialmente pela falta de acessibilidade nos locais, um obstáculo diário na vida de pessoas com deficiência. Por isso, subir um morro que exige uma ‘caminhada’ de aproximadamente uma hora era algo distante da realidade da família, até que a mãe Raquel de Lima, de 57 anos, soube de um projeto que poderia realizar esse sonho. Cadeira adaptada Foi uma amiga de Raquel que contou sobre a cadeira Julietti , um modelo adaptado que ajuda pessoas com deficiência a participar de trilhas e subir montanhas. Em Campo Grande, essa cadeira foi adquirida pela Vertical Aventura, comandada pelo guia Gilberto Gomes Barbosa, que uma vez por mês realiza um passeio ao Morro do Ernesto, levando uma pessoa com deficiência até o topo, para apreciar um dos principais atrativos turísticos da cidade. “Foram meses na fila de espera até o dia em que nos chamaram. Quando eu soube que Gabriel faria o passeio fiquei emocionada. É muito difícil fazer passeios por conta da cadeira”, descreve Raquel, que dedica todas as horas do dia ao filho. O passeio no último sábado contou com equipe da Vertical Aventura, voluntários e a parceria do irmão de Gabriel, João Pedro, de 22 anos, que também se emocionou ao ver o mais velho viver um momento emocionante. A chegada ao topo do morro, após mais de uma hora de trajeto, foi marcada pela emoção de Gabriel, que se divertiu ao ver o pôr do sol lindo naquela tarde de sábado, uma imagem inspiradora pelo sentimento claro nos olhos do jovem. “Pra mim essas pessoas não são voluntários, são heróis. Se para uma pessoa que não tem deficiência é emocionante fazer um passeio como esse, imagina para um cadeirante. Me emociono só de falar. Isso prova que quando a gente se empenha em proporcionar algo maravilhoso ela acontece”, descreve. Como mãe e defensora de políticas que possam garantir mais acessibilidade às pessoas com deficiência, Raquel torce para que o projeto cresça. “Uma cadeira é pouco, eles merecem ter mais para realizar o projeto. Estamos encontrando meios e incentivo para que seja possível adquirir mais uma. Um passeio como esse é transformador e vale cada segundo de esforço”, finaliza. Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial , Facebook e Twitter . Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui) .