Com esquema reforçado de segurança, o iraniano Farhad Marvizi, o "Tony", investigado por chefiar um grupo de extermínio, foi transferido do Presídio Federal de Campo Grande para o Ceará, na manhã desta terça-feira (23). Considerado "perigoso demais", ele possui extensa ficha criminal e condenações por homicídios. Tony foi transferido com escolta da Polícia Federal. As viaturas foram vistas no Aeroporto Internacional de Campo Grande, na manhã de ontem, e chamaram a atenção. Conforme apurado pela reportagem do Campo Grande News , Tony estava na Penitenciária Federal da Capital de Mato Grosso do Sul desde 2015, por conta de decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas o prazo de permanência dele se encerrou e, por esse motivo, foi devolvido. Tony tem 59 anos e morava há 15 em Fortaleza, onde é investigado por uma série de homicídios. Em abril de 2022, foi condenado à pena de 17 anos de reclusão (prisão inicialmente em regime fechado), pelo assassinato do empresário de telefonia móvel Francisco Francélio Holanda Filho, 44 anos. O crime ocorreu em julho de 2010, causou grande comoção social e teve repercussão na imprensa cearense. Paralelamente às investigações desse caso, estava em andamento, também, a “Operação Canal Vermelho”, comandada pela Polícia Federal, buscando apurar o crime de tentativa de homicídio cometido contra o auditor fiscal da Receita Federal José de Jesus Ferreira, em 9 de dezembro de 2008. O crime também teve Farhad Marvizi como autor intelectual. Segundo apurado, Farhad trazia eletrônicos de forma ilegal, que vendia em sua loja a preços muito inferiores do que os praticados pelos concorrentes que compravam os produtos legalmente, com nota fiscal. Por sua vez, o auditor passou a fiscalizar a loja de Farhad Marvizi, realizando diversas apreensões de mercadorias. Isso foi o bastante para que Farhad lhe decretasse a sentença de morte. Contudo, José de Jesus sobreviveu. O grupo criminoso chefiado por Farhad Marvizi também executou, no dia 2 de agosto de 2010, o casal Carlo José Medeiros Magalhães, 41, e Maria Elisabete Almeida Bezerra, 35, como queima de arquivo, pois vinham colaborando com as investigações desenvolvidas pela Polícia Federal. Condenações – Em 2022, Tony foi sentenciado a 17 anos de prisão, inicialmente em regime fechado, pela morte de Francelino. Em 2012, foi condenado a 20 anos de prisão por tentativa de homicídio contra o auditor da Receita Federal. O grupo é listado em, ao menos, 11 execuções e há processos em andamento.