Frigoríficos de MS voltam a exportar para a China após um mês de embargo

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O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou nesta quinta-feira (23), em Pequim, a retomada das exportações de carne bovina para a China. Com isso, os três frigoríficos habilitados de Mato Grosso do Sul vão retomar as atividades: Naturafrig (Rochedo); FrigoSul (Aparecida do Taboado); e Agroindustrial (Iguatemi). As indústrias tinham entrado em férias coletivas após o embargo chinês à carne bovina, no dia 23 de fevereiro. A situação ocorreu devido à confirmação da vaca louca, em um animal macho de 9 anos, no município de Marabá (PA). Segundo o presidente do Sicadems (Sindicato das Indústrias de Frios e Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul), Sergio Capuci, o setor recebe a notícia com grande expectativa. “O impacto é positivo, tanto para as indústrias como para os produtores. O setor deu uma pisada no freio, mas agora já retoma”, comemora. Ainda de acordo com Capuci, a tendência é que o preço do boi tenha alta, mas prefere esperar a reação do mercado, que deve ocorrer em uma semana. Na mesma linha, o presidente da Associação dos Criadores, Guilherme Bumlai, destaca que a nova realidade vai movimentar mais o setor. “A expectativa é que ela retome aos patamares necessários para que a gente possa ter uma boa remuneração para o produtor”, comenta. Indagado sobre o aumento no preço ao consumidor, ele diz que este cenário ainda é indefinido, já que quando baixou a arroba, a queda não chegou ao consumidor. “Embora tenha oscilação na arroba para o produtor, não tem chegado ao consumidor. Nós precisamos que consuma cada vez mais para que tenha uma maior demanda da carne e melhore o preço para o criador”, conclui. Conforme o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, o Estado tem uma lista com mais de 100 frigoríficos buscando o credenciamento para o boi-China. Confirmação – A doença vaca louca, que também é conhecida como Encefalopatia Espongiforme Bovina, foi confirmada no dia 22 de fevereiro, pelo Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária). A doença foi identificada em um animal macho de 9 anos em pequena propriedade no município de Marabá (PA). Ainda conforme informações do órgão, o animal, criado em pasto, sem ração, foi abatido e sua carcaça incinerada no local. O laudo foi fornecido pelo laboratório de referência da OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal) e identificou que o caso é atípico. A última ocorrência no Brasil ocorreu em 2021, em frigoríficos de Belo Horizonte (MG) e de Nova Canaã do Norte (MT). Na ocasião, foram suspensas as compras de setembro a dezembro daquele ano. A doença degenera o sistema nervoso dos bovinos, alterando o comportamento e deixando-os agressivos. A contaminação ocorre devido ao consumo de rações feitas com proteína animal contaminada.

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