“Bom dia, patriotas!”. Logo cedo, o manifestante bolsonarista saudou os companheiros que mantêm acampamento em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste), na Avenida Duque de Caxias. Nesta quinta-feira (3), em grupo menor, dizem que vão manter o protesto até declaração sobre “intervenção federal”. Sob uma das lonas montadas no canteiro da Avenida, em frente ao CMO, pequeno grupo se preparava para enfrentar mais um dia de protesto. A manhã desta quinta-feira foi regada a café, panetone, tereré e muita conversa. Depois, eles ocupam uma das pistas que ainda permanece interditada, empunhando bandeiras do Brasil. São pelo menos nove barracas montadas ao longo do canteiro, ladeadas pelas caminhonetes e caminhão. Próximo do local, sacos de lixos lotados com os restos do protesto de ontem, regado a churrasco e cerveja. Os manifestantes bloqueiam duas pistas da Avenida e cones da PM (Polícia Miliar) foram colocados à frente para sinalizar o bloqueio. Uma equipe da BPMTran (Batalhão de Policiamento de Trânsito) acompanha o bloqueio. Somente uma pista é utilizada pelos condutores, que enfrentam fluxo lento e constante nesse início de dia útil. A PM informou que irá permanecer no local, por tempo indeterminado, enquanto o bloqueio continuar. “Vamos ficar aqui até ter resposta do presidente Bolsonaro falando sobre interdição federal”, disse Bruno Andrade, 40 anos, que “trabalha com agro”, segundo sua definição. Andrade foi o único que falou com a equipe do Campo Grande News . Ele veio de Rochedo ontem, por volta das 7h, com cerca de outros 50 bolsonaristas. Andrade disse que os manifestantes não aceitam a decisão das urnas e que estão contestando o STF (Supremo Tribunal Federal). “Quem tá aqui, vai ficar até o fim, a maioria aqui é do interior, se manifestando pelo bem do Brasil”, afirmou. Enfático, acrescentou. “Se precisar, vamos até para a guerra”. Ontem, Jair Bolsonaro voltou a falar sobre o protesto e pediu que os manifestantes desobstruíssem rodovias. "O fechamento de rodovias pelo Brasil prejudica o direito de ir e vir das pessoas, está lá na nossa Constituição”. As manifestações começaram desde o último domingo (30), quando Bolsonaro perdeu o 2º turno das eleições para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sem aceitar a decisão das urnas, os apoiadores bolsonaristas fizeram bloqueios ilegais em pontos de rodovias do país e ainda foram para frentes dos quartéis pedindo intervenção militar.