O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) iniciou hoje mutirão do Censo 2022 em 26 favelas, caracterizadas como aglomerados pelo Instituto. A intenção é agilizar o mapeamento da população atrasado por conta da falta de recenseadores. Em Mato Grosso do Sul, apenas 38,1% da coleta foi finalizada.. Em Campo Grande, o mutirão será realizado em 26 comunidades, 18 somente hoje, trabalho concentrado que contará com 60 recenseadores divididos em 6 setores. A coordenadora do Censo em Campo Grande, Sylvia Assad, disse que é importante mapear essas comunidades por conta da dificuldade de acesso a serviços básicos dos moradores. As informações do Censo são usadas pelo poder público para elaborar políticas públicas, como asfaltamento e saneamento. Segundo Sylvia, os recenseadores costumam ter boa receptividade nessas localidades, mas o que dificulta é o acesso. “São regiões mais afastadas, precisamos de logística”, explicou. Adrielle Estácio Teixeira é moradora da comunidade da Homex e recenseadora. Se candidatou ao cargo justamente por ver que isso seria vantagem para o bairro. “É importante saber quantas pessoas moram no bairro, se nas ruas passa lixeiro ou não, para ter melhoria no bairro”, disse. Entre as moradoras recenseadas no mutirão, hoje, está a dona de casa Keila de Jesus, 27 anos. Ela respondeu ao questionamento básico, aplicado à maior parte dos domicílios. Keila respondeu sobre características das casas, identificação étnico-racial, registro civil, educação, trabalho e rendimento e mortalidade. “Foi rápida a pesquisa, perguntou quantas pessoas tinham em casa, se tinha criança”, disse Keila. “A situação aqui é difícil, falta muita coisa na área de saúde, falta luz, tem vezes que a gente passa semana sem água, essa pesquisa vai ajudar bastante”, avaliou. Atraso – Dados do IBGE indicam que, até agora, 38,1% da coleta em Mato Grosso do Sul foi concluída, representando 5.626 setores censitários. Segundo dados atualizados até dia 28 de outubro, 35% estão em andamento e 26,9% não foram iniciados. Sylvia disse que há várias formas de mediar a coleta, como número de domicílios e quantidade de setores. Se for considerada a população, representa 54,9% do total. “Mas, de fato, MS é um dos estados que tem menos coleta concluída”, admitiu a coordenadora. A coordenadora disse que o atraso na coleta se deve ao fato de não ter completado o quadro de recenseadores. Em Campo Grande, seriam necessários 816 trabalhadores e o máximo atingido foi de 450 pessoas. O Censo 2022, que deveria ter sido realizado em 2020, mas foi prorrogado por conta da pandemia, teve que ter o prazo de conclusão adiado, passando de outubro para dezembro.